quinta-feira, 15 de novembro de 2012

15 de novembro-PROCLAMAÇÃO DA REPÚBLICA

Proclamacao da Republica

                                

Marechal Deodoro da Fonseca: executor de uma mudança construída ao longo do tempo.
               O que levou à proclamação da República do Brasil ?

No dia 15 de novembro de 1889marechal Deodoro da Fonseca rompia definitivamente os laços com o Império e proclamava a República no Brasil. O evento, conseqüência natural e inevitável das transformações econômicas e sociais que ocorreram no século 19 em todo o mundo, só foi possível devido à somatória de três forças: os ricos fazendeiros do oeste paulista, a classe média urbana e o exército.

Veja qual era a posição de cada uma das forças:
  • Fazendeiros do oeste paulista – a chegada do café às fazendas do oeste paulista, a partir de 1850, provocou uma inédita geração de riqueza na região. Abastados, esses proprietários agora desejavam uma força política que nunca lhes foi acessível. Seus interesses conflitavam com o Império.
  • Classe média urbana – a abolição da escravatura, ocorrida no ano de 1888 e que já se delineava nos anos anteriores com, por exemplo, a proibição do tráfico de escravos, fez com que os recursos investidos no extinto setor econômico escravocrata fossem transferidos para outros empreendimentos como estradas de ferro, linhas telegráficas e bancos. Isto fez crescer a população assalariada urbana que, por sua vez, absorvia vorazmente as idéias positivistas que circulavam em jornais nas cidades. Aos poucos, se posicionaram contra o Parlamento Monárquico.
    Exército – Apesar de leais ao Império, os oficiais do Exército eram cidadãos de pouco prestígio profissional e social, motivo de ressentimento com o regime. A mágoa aumentou com a permanência do desprestígio ao fim da Guerra do Paraguai, na qual o Brasil se saiu vitorioso às custas do sacrifício militar. O exército tinha, adicionalmente, outro ponto de atrito: os oficiais da corporação eram proibidos de reivindicar direitos e de manifestar publicamente suas queixas. Quem o fizesse era punido. Diga-se de passagem, norma existente até hoje.

Soma-se, à conjugação destes fatores, a morosidade dos estadistas monárquicos em perceber o clima generalizado de descontentamento e propôr mudanças. Em junho daquele mesmo ano, assumiu o poder o ministério Ouro Preto, grupo de ministros de postura liberal, com o intuito de promover algumas reformas e, com isso, evitar a queda da monarquia. Mas era tarde demais.

Os civis republicanos, se aproveitando do desgaste do Império, logo se aproximaram de líderes militares descontentes, como Deodoro da Fonseca, e simpáticos ao positivismo, como Benjamin Constant, na tentativa de articular a tomada do poder.

Em 15 de novembro de 1889, sob os rumores de que sua prisão havia sido decretada, marechal Deodoro da Fonseca dirigiu-se à Praça da Aclamaçãoe declarou dissolvido o ministério Ouro Preto. Os republicanos tomavam o poder e instauravam a República no Brasil.

Dom Pedro II, que na ocasião repousava em Petrópolis, foi informado sobre tais acontecimentos e retornou ao Rio, mas nada pode fazer. Na noite do mesmo dia, o marechal assinou o decreto que proclamou oficialmente a República no Brasil, instaurando o governo provisório, aliás com uma bandeira provisória.

O ex-imperador, por sua vez, foi intimado a deixar o país em 24 horas, sendo-lhe oferecido, ainda, uma boa quantia de dinheiro. A cortesia, no entanto, foi rejeitada por Pedro II, que pediu somente um travesseiro com terras do Brasil, o qual faria uso em seu leito de morte.

No dia 18 de novembro, o ex-imperador e a família imperial partiam rumo à Europa à bordo do navio Alagoas. Após 67 anos, a monarquia chegava ao fim e dava lugar à República no Brasil, regime que perdura até os dias de hoje.


HINO DA PROCLAMAÇÃO DA REPÚBLICA
Letra: Medeiros e Albuquerque
Música: Leopoldo Augusto Miguez
Seja um pálio de luz desdobrado.
Sob a larga amplidão destes céus
Este canto rebel que o passado
Vem remir dos mais torpes labéus!
Seja um hino de glória que fale
De esperança, de um novo porvir!
Com visões de triunfos embale
Quem por ele lutando surgir!
Liberdade! Liberdade!
Abre as asas sobre nós!
Das lutas na tempestade
Dá que ouçamos tua voz!
Nós nem cremos que escravos outrora
Tenha havido em tão nobre País...
Hoje o rubro lampejo da aurora
Acha irmãos, não tiranos hostis.
Somos todos iguais! Ao futuro
Saberemos, unidos, levar
Nosso augusto estandarte que, puro,
Brilha, avante, da Pátria no altar!
Liberdade! Liberdade!
Abre as asas sobre nós!
Das lutas na tempestade
Dá que ouçamos tua voz!
Se é mister que de peitos valentes
Haja sangue em o nosso pendão,
Sangue vivo do herói Tiradentes
Batizou este audaz pavilhão!
Mensageiros de paz, paz queremos,
É de amor nossa força e poder
Mas da guerra nos transes supremos
Heis de ver-nos lutar e vencer!
Liberdade! Liberdade!
Abre as asas sobre nós!
Das lutas na tempestade
Dá que ouçamos tua voz!
Do Ipiranga é preciso que o brado
Seja um grito soberbo de fé!
O Brasil já surgiu libertado,
Sobre as púrpuras régias de pé.
Eia, pois, brasileiros avante!
Verdes louros colhamos louçãos!
Seja o nosso País triunfante,
Livre terra de livres irmãos!
Liberdade! Liberdade!
Abre as asas sobre nós!
Das lutas na tempestade
Dá que ouçamos tua voz!


BRASIL NÓS AMAMOS VOCÊ!
Proclamacao da Republica

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